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quinta-feira, 25 de julho de 2013

O RAPAZ DE MVEZO


A Nelson Mandela


Ventos loucos, ventos terríveis
fustigam savanas e cidades.
São furacões de intolerância
e espalham dor, ódios, injustiças.
Homens de extrema, os donos dos ventos,
subjugam outros homens.

Um rapaz ignorado, simples, decidido,
vem de Mvezo, aldeia sem paisagem,
, onde sopram ventos loucos, ventos terríveis.
Na mala, com a raiva dentro, a esperança floresce
pura, luminosa como a fonte do sol.

Na poeira do caminho, ele vai ,
segue curvado sob o peso de uma quimera.
Sonha com igualdade, justiça e
enfrenta os ventos loucos, os ventos terríveis.
Estuda leis para se defender do mal,
para ajudar os oprimidos, como ele.
A luta é desigual e enumeram-se torturas
e violências sempre impunes
Vozes brancas calam-lhe a raiva negra, à força,
vinte e sete anos de silêncio criam-lhe o mito.
Mas o rapaz de Mvezo, resiste.

Na solidão da sua cela, raízes de humanidade
brotam espontâneas do seu coração.
E crescem e espalham-se pelas savanas e cidades
Alcançam o espírito de todos os homens
E florescem rosas nos verdes prados da utopia.
No céu de África, desenrola-se um arco-íris
É a mensagem do fim da ignomínia
e os homens são, finalmente, iguais.
O rapaz de Mvezo venceu e sorri, humildemente,
No seu rosto, espelha-se o perdão e o amor.
E o mundo, agradecido, grita o seu nome,
Mandela! Madiba!. 



Reinaldo Ribeiro - 16/06/2013